pastor no Rio de Janeiro
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Um dos maiores temores, se não o maior, da raça humana é se ver diante do inevitável: todo ser vivo, o que inclui o homem, terá de deixar de viver. A morte, como fronteira final a ser experimentada pelo homem, tem se mostrado como um grande susto, do qual ninguém tem como fugir.

Então, será que a Bíblia nos diz algo a respeito? Para onde eu vou? Há resposta possível para tal pergunta? Esta é a terceira pergunta de uma curta série de reflexões sobre a condição humana. A primeira reação, como já vimos, ao respondermos à primeira questão - de onde eu vim? - é prepararmos uma resposta física, quase geográfica. A segunda resposta nos leva ao esconderijo divino somente encontrado em Deus e não em algum lugar no qual poderíamos nos refugiar durante nossa peregrinação na Terra. Mas continuamos em direção à resposta mais importante, que está antes disso: está na razão de ser de estarmos com Deus.
Nossa resposta, com base na Bíblia, nos revela ser mais importante descobrirmos em quem eu estarei na eternidade futura acima de quaisquer outros pensamentos.
Como vimos antes, sei que vim das mãos de um Deus que me fez à sua imagem e semelhança e que me amou em todas as circunstâncias, boas e más. Também sei que estou escondido em Deus de todo mal e guardado nele de todas as circunstâncias. Assim, resta perguntar ao nosso coração, para onde eu vou?
Começamos por entender que, se buscamos no livro de Gênesis a origem e a situação atual de nossa existência, é lógico buscar no Apocalipse o destino final que nos aguarda. Nos últimos textos da Bíblia, de maneira simbólica, figurada, embora real e concreta, há um desenrolar de episódios que nos dão inúmeras pistas sobre para onde vamos depois destes breves anos vividos como seres humanos. Baseado nisso, posso compreender, em resposta à pergunta “para onde eu vou?” que eu vou para um Deus que preparou algo novo para mim.
Esse mesmo Deus que preparou algo novo para mim apresenta uma forma de aproximação final, que consagra toda uma vida ao seu serviço, andando como seu filho aqui na Terra. Isso é tratado por julgamento, ou forma de estabelecer o princípio pelo qual serão identificados naquele dia os verdadeiros filhos de Deus. Assim, no capítulo 20, entendemos que eu vou para um Deus que estabeleceu um julgamento para o homem, que se aplica tanto aos que ESTÃO no livro da vida (versículo 12), quanto aos que NÃO estão no livro da vida (versículo 15). Então, a primeira coisa a se aprender quanto ao lugar para onde nós vamos é que há uma circunstância futura diante da qual todos serão julgados por Deus.

Desta vez, parece, estamos chegando quase a um ponto físico e geográfico, mesmo com a subjetividade dos simbolismos. Mas precisamos continuar, já que, como sabemos, estamos indo em direção a algo inevitável, que é a morte física. Mas a Bíblia nos ensina que há uma vida após ela e que a vida terrena é apenas o início dessa vida eterna. É bastante claro na palavra de Deus que ele anseia por nos guardar até esse dia com muita alegria.
Deus, como vimos, tornou possível a nossa sobrevivência espiritual a partir de suas motivações tornadas práticas em seu ato soberano. Mas será que havia algo por detrás de tudo, servindo como elo motivacional para Deus me guardar da maneira que o fez? Aqui, verdadeiramente, reside a nossa resposta.
Quando avançamos em busca de nossa resposta, podemos dizer claramente que, por trás de tantas coisas belas e maravilhosas que Deus realmente preparou para seus filhos, há algo ainda mais belo e maravilhoso, que é a motivação especial pela qual Deus quer nos acolher como filhos. Assim, posso continuar minha resposta com a seguinte perspectiva: Eu vou para um Deus que me preparou para estar de volta ao seu aconchego. Isso fica mais claro ao longo do capítulo 22.
Percebo três coisas nessa resposta, todas com base no versículo 14, que diz: “Felizes os que lavam as suas vestes, e assim têm direito à árvore da vida e podem entrar na cidade pelas portas”:
1) Eu vou para um Deus que me fez vestir vestes limpas. Agora e então as minhas vestes estarão lavadas (14) em oposição à nudez do pecado de Gênesis 3.10,11.
2) Eu vou para um Deus que restaurou meus direitos. Em sua presença eterna, terei de volta o direito de me chegar e me servir da árvore da vida, em oposição à proibição imposta pelo próprio Deus em Gênesis 3.22.
3) Eu vou para um Deus que me permite entrar na cidade santa. Mas não entrarei de qualquer jeito: entrarei pelas portas, por onde entram os convidados, não mais expulso do lugar de comunhão, como em Gênesis 3.23.

Como tomada de decisão, cada um de nós precisa aceitar o fato de estar indo para Deus, para com ele viver para sempre; precisamos sonhar com o glorioso dia de nosso encontro com ele; precisamos voltar (ou começar) a orar como nos orienta João: “Amém. Vem, Senhor Jesus!” (20).
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