pastor no Rio de Janeiro
Imagens (na ordem):
- The Anatomy Lesson of Dr Tulp,
- The Presentation of Jesus in the Temple e
- The Raising of the Cross, todas de Rembrandt van Rijn.
Disponíveis em http://www.rembrandtpainting.net
Muitos e incontáveis são os problemas que cercam os seres humanos. Se você está lendo este post, provavelmente você tem menos problemas que mais da metade da população mundial. Refiro-me a problemas de ordem material, mesmo que sejam de coisas relacionadas à subsistência, como água e saneamento, sem falar em educação, segurança e bens sociais. Falo de mais de 4 bilhões de seres como eu e você. Infelizes, infortunados, à margem do mundo em que nasceram não se sabe para quê. Sofredores. Gente triste. Gente sem esperança. Sim, há coisas muito simples, mas sem as quais simplesmente morremos. Água potável e um pouco de ar puro, por exemplo.

Morrer à toa assusta qualquer pessoa normal. Sabemos que morreremos todos, mas temos intuitiva esperança de que a morte chegará, via de regra, em idade avançada ou, na pior das hipóteses, e, enfermidade grave. A morte mata outras coisas no ser humano, levando não só a existência temporal, mas uma série de outros elementos adjacentes à vida humana. Os sonhos morrem com a morte. O sustento de uma família pode morrer com a morte. A esperança de felicidade pode sumir com a morte. A chance de mudança prometida a alguém desfalece com a morte. Muita coisa morre com a morte. Para muita gente, é uma pena afirmar, a vida eterna morre com a morte: a chance de ver Deus desaparece com a morte.
Para os miseráveis sem terra, sem roupa, comida ou água, a morte pode representar a última fronteira para tentar alguma coisa. Nada sabendo do que está além do suspiro final, tentam se agarrar à vida que têm apenas por medo do que não conhecem. Mas de tão difícil, talvez sonhem com dormir e simplesmente ficar dormindo. Morrer que nem passarinho, que nem um bichinho doméstico, como a Negrinha do Lobato. Coisa triste, sem chão, sem carinho.
Mas a miserabilidade não pára nas coisas tangíveis. É miséria da pior qualidade a miséria da alma. Aquela alma que se acostuma ao ódio, à morte desarrazoada, à trapaça, ao engodo, ao vilipêndio, à destruição do outro, talvez até por mórbido prazer. Esse infeliz é pior e mais infeliz que o outro, pelo menos sob a luz da ética humana. O que dizer que quem torna a vida de alguém uma desgraça? O que dizer dos que desviam recursos, comida e água de quem está à beira da morte, ansiando por um pouco que seja dessas coisas? O que pensar sobre os que manifestam contra raças, etnias e comunidades inteiras só por suas diferenças circunstanciais? A incomensurável capacidade humana de levar ao sofrimento assusta tanto quanto a morte, apavora tanto quanto o desconhecido além, enche de arrepios tanto quanto olhar gente estropiada pelas desgraças da vida.


Conhecer Jesus como amigo e salvador é tornar-se parte integrante de um projeto bem maior que nossas dores possíveis. É dom, ou seja, é algo dado. É gratuito. É vida eterna.
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