sábado, 25 de agosto de 2007

HERNANI E EU - PARTE II: A RESPOSTA

Texto de Marcelo Gomes,
Seminarista no Rio de Janeiro
Fotos: http://www.flickr.com

Pessoal, depois de uma "livre e espontânea pressão" (rs), resolvi continuar a história do Hernani. Para quem não leu o post "Hernani e eu - Parte I: A Pergunta", sugiro que faça agora, antes de continuar lendo este.

A pergunta que havia sido lançado por Hernani precisava de uma resposta. É impressionante como somos capazes de processarmos inúmeros pensamentos em tão poucos minutos. Todas as vezes que isso ocorre, me lembro que Deus nos fez seres fantásticos e ainda não conhecemos todo o potencial que nos foi dado pelo Criador.

Mas vamos à resposta, afinal é este o tema deste post:
- Somos cristãos reformados!, afirmei sem titubear.

Diferentemente dos minutos anteriores, agora já havia entendido o que o Pai desejava de mim. Quando temos certeza que estamos no centro da vontade de Deus, uma coragem e uma energia sobrenatural se apossam de nós. Certamente é o próprio Espírito nos capacitando.

Pare para refletir comigo, querido leitor. O que esta resposta informa a um não cristão? Ou mesmo aos cristãos nominais, maioria absoluta em nosso país? Nada, isso mesmo, nada. Daí meu "desespero" ao verificar que poderia ter explicado melhor durante todo o trajeto, mas agora restava apenas alguns metros de nosso ponto de desembarque.

Não são poucas as vezes em que nos vemos nestas condições. Olhamos para trás e pensamos o que poderíamos ter feito. Pior quando, como reformados, tentamos justificar nossa irresponsabilidade e desobediência, estufando o peito e dizendo: Se foi assim, é porque não era da vontade de Deus. Sabemos que, em última análise isso é verdade, mas há aqui um grande perigo de jogarmos sobre o plano de Deus, aquilo que ele mesmo planejou para nós - eu disse "nós" - realizarmos.

A esta altura, como se já não bastasse o frio, começou a chover na Tijuca. Enquanto explicava que éramos fruto da Reforma Protestante do século XVI, era interrompido por minha sogra e Gabi, preocupadas em o taxista passar de nossa primeira parada - a casa de minha sogra. Ela desceu. Restavam cerca de 200 metros para nós descermos também.

Talvez você esteja se perguntando se Hernani entendeu a resposta. É impressionante como o Espírito Santo age nestes momentos. Contra todas as perspectivas pessimistas, foi notório que entendeu o suficiente. Percebeu que eu estava dizendo algo diferente de ser "evangélico" (infelizmente no contexto atual, sou obrigado a colocar esta palavra entre aspas), e da mesma forma dizia algo diferente de ser católico romano.

Glória a Deus por isso. Isso é tudo que devemos desejar que as pessoas entendam, pelo menos a priori. Não precisamos explicar, nem mesmo citar Lutero, Calvino e etc. Nossa fé é objetiva, simples e racional. Não devemos temer em explicá-la (Mateus 5.37 e II Timóteo 4.2).

A cerca de 10 metros de nossa parada surgiu a dúvida. Deveria eu explicar àquele homem a razão da nossa fé? Afinal já havíamos chegado a nosso destino. Eu já havia respondido à sua pergunta, estava frio, chovendo e Gabi e eu estávamos cansados.

Mas - ainda bem que Deus sempre permite um "mas" em cada circunstância de nossa vida -, tive a impressão de que deveria continuar. Afinal eu já tinha a certeza de que Deus havia arquitetado tudo estrategicamente para aquele encontro, naquela noite. Havia demorado para eu entender isso, mas uma vez entendido, não havia outra possibilidade senão dizer: eis-me aqui Senhor, faça conforme a Sua vontade.

E, assim, parti para a guerra. É isso mesmo, amado leitor, era necessário partir para a guerra contra aquele simples e simpático taxista. Sei que isso contraria uma comum visão pietista do conceito de crente hoje, onde se deduz (com interpretações isoladas de textos bíblicos) que o crente deve ser sempre pacato e inofensivo.

Vou explicar esta guerra em nosso próximo post (Hernani e eu - Parte III: A Guerra), baseado no conhecido texto de Paulo, escrito à igreja de Éfeso.

Até lá ....
Deus abençoe a todos!!

Sem. Marcelo Gomes

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