quinta-feira, 13 de setembro de 2007

HERNANI E EU - PARTE IV: A CONCLUSÃO

Texto de Marcelo Gomes,
Seminarista no Rio de Janeiro
Fotos: http://www.flickr.com

Anthony Robbins, citando Hellen Keller, em seu bestseller "Desperte o gigante interior", afirma: A vida é uma aventura ousada, ou nada. Isso não é diferente na vida do cristão. Naquela noite, naquele táxi, vivíamos uma aventura, uma aventura como agentes de Deus neste mundo. Muitas vezes nem nos damos conta disso.

Lá estávamos nós. Noite de quarta-feira, parados num táxi, em fila dupla - em plena Rua Conde de Bonfim. Do lado de fora, chuva e frio.Eu já estava surpreso pelo tempo que estávamos ali. Do ponto de vista humano, era inexplicável.Hernani demonstrava estar entendendo as explicações. Não tinha contra-argumentos, mas o orgulho humano é um dos maiores traços de nosso pecado, e não deixou de se manifestar ali.

Gabi, quieta até então, falou àquele homem que foi justamente por tudo aquilo que estávamos falando (vide posts anteriores) que Jesus havia morrido na cruz, ou seja, por nós. E que só sabemos disso através da Bíblia.

Hernani se demonstrava atônito, mas também orgulhoso. Ao mesmo tempo que claramente era confrontado por algo que era mais forte que seus pensamentos, também não deixava isso transparecer muito. Desejava, através de uma sabedoria empírica, provar que nossa fé em um livro e um Cristo era tola, mas se tornou um tolo ao apresentar uma visão da vida totalmente irracional (Romanos 1.22).

É exatamente este o ponto que toda esta história nos remete. Nas palavras do teólogo e filósofo Vincent Cheung:
As cosmovisões não-cristãs são tolas porque elas são irracionais. Um modo racional de pensar e conhecer chega a conclusões validamente e necessariamente deduzidas a partir de premissas verdadeiras. Mas os incrédulos não têm nenhuma forma de conhecer premissas verdadeiras, e nem eles raciocinam por deduções válidas; antes, eles fazem a si mesmos o ponto de referência último para o conhecimento, supondo falsamente que eles podem descobrir a natureza da realidade através da intuição, sensação e indução.
Minutos depois chegamos em casa. Um senso de inadequação, frustração e lamentação se apossou de nós. Quase trêmulos, mãos frias e pensamento constante naquele homem e no que havia ocorrido.

Conversei com Gabi - e isso repercutiu nos dias seguintes -, a respeito de como nós, por mais bem preparados que possamos achar que estamos, no momento de guerra nos sentimos fracos. Certamente por isso que Deus nos revelou através do apóstolo Paulo a verdade de 2 Coríntios 12.10: "Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte".

Quero lhe dizer que é extremamente diferente escrever sobre isso, depois de ter passado. Pode dar uma falsa impressão de heroísmo, quando na verdade trememos e tememos diante daquela situação que poderia, se não tivéssemos entendido o chamado, ser apenas mais uma volta para casa, de táxi, com um motorista bastante falante. Deus definitivamente não quis assim.

Atenção para isso: A vontade de Deus é sempre realizada, INDEPENDENTEMENTE DE NÓS, contudo na maioria das vezes, é realizada ATRAVÉS DE NÓS!

Por isso rendemos glórias a Deus, que por Sua livre graça nos usa.

Por isso devemos estar sempre preparados, pois é esta nossa responsabilidade nesse processo.

Mas restou lhe contar o que ocorreu nos minutos finais dentro do taxi.

Antes de sairmos do táxi, lancei um desafio ao querido Hernani:
- Eu o desafio a ler a Bíblia! (anteriormente eu perguntei se ele já havia lido - respondeu que não).

E continuei:

- Ainda que você não acredite no que eu estou falando, teste você mesmo, leia e verá que verdadeiramente Deus falará com você.

Hernani deu a entender que leria. Se demonstrou isso só para nos agradar, não sabemos.

Naquele momento Gabi e eu percebemos a importância do cristão andar sempre com um exemplar da Bíblia para presentear alguém. Não tínhamos.

Assim foi o final de nosso encontro. Nos despedimos quase que calorosamente do Hernani e descemos do táxi.

Mas certamente não foi o final desta história, apenas de nossa participação.

Oramos para que a vontade de Deus seja feita na vida do Hernani. Se ele for um eleito de Deus, O Espírito de Deus trabalhará em seus pensamentos e tornará eficaz tudo que foi dito naquela noite. Pode até acontecer que, mesmo que ele seja um eleito, Deus escolher não convertê-lo neste momento de sua vida, antes, pode tornar estas palavras eficazes no coração dele num tempo posterior. Quem sabe utilizar instrumentos adicionais (outras pessoas, ou até mesmo nós novamente) para trabalhar a mente dele antes de finalmente convertê-lo.

Seja qual for o caso, apesar de toda insegurança que temos, temos que realizar nossa tarefa. Quantos "Hernanis" temos encontrado dia após dia diante de nós? Qual tem sido nossa atitude diante de tais pessoas?

É nosso dever desafiar ousadamente o orgulho humano e apresentar claramente a sabedoria divina da Escritura.

Isso é pregar o Evangelho para uma pessoa. Esta é nossa responsabilidade neste mundo.

A Deus seja toda a glória, pelos séculos dos séculos, amém!!!!

Um comentário:

  1. Gostaria que todos cristãos pensassem assim, ou seja , estar pronto em qualquer situação para pregar o evangélio de Jesus.Tenho aprendido muito no meu dia-a-dia, a viver em sintonia com cristo,vejo que até o meu jeito de ser,eu posso dar um testemunho de um verdadeiro cristão.Muita das vezes não percebemos,mas,as pessoas nos observam bastante.

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