segunda-feira, 18 de julho de 2011

FIAT LUX

Joel Theodoro é pastor presbiteriano no Rio de Janeiro
Imagens: http://www.flickr.com


Fiat Lux! Quando lemos essas palavras, não há como não nos lembrarmos metonimicamente dos bons e velhos palitos de fósforo. Fósforo é isso aí! O resto não presta! Os mais novos, que usaram pouco – ou nada – o palito de fósforo, podem achar que o sujeito ficou doido e está juntando um carro a um sabonete. Coisas da modernidade em que os adolescentes, sabidamente piromaníacos por genética instalada desde sempre, agora só incendeiam as coisas nos videogames. Nesse aspecto, pelo menos, a modernidade foi benéfica aos pertences alheios...

Mas fiat lux não tem diretamente a ver com palito de fósforo, com carros ou sabonetes. Na verdade é um pedacinho do verso 3 de Gênesis, capítulo 1, em que lemos a expressão latina dixitque Deus fiat lux et facta est lux, que nada mais é que o nosso bom e velho verso “Disse Deus: Haja luz; e houve luz.”, na versão Atualizada de João Ferreira de Almeida. Ao pé da letra, seria mais ou menos traduzido por “faça-se a luz”. No post anterior falamos sobre estar no escuro, algo que nos assusta como seres humanos, e que jamais deixará de nos assustar, pois isso faz parte de nossa conformação natural. Fica uma questão: de onde vem a luz de que precisamos?


Enquanto nós andamos em direção ao final de nossa vida, não há como não pensar que o mesmo pode nos reservar surpresas. O desconhecimento natural do homem a respeito do futuro após a vida terrena nos levou às mais diversas perspectivas filosóficas, ontológicas, religiosas, e dos mais variados formatos de interação entre mente e vida. Mas nada consegue responder, de dentro de nós, com certeza, se haverá luz após a vida. De nós mesmos a resposta jamais virá a lume (mais um termo que nos remete à luz advinda do fogo...). Ora, de onde então temos a certeza, nós, os cristãos, que teremos luz no porvir? Nós começamos bem do início, quando o Deus em que cremos executou sua primeira ação de vontade em nosso favor estabelecendo exatamente a luz. Desde o princípio de tudo Deus nos guia a andar em luz e a desviar nossos passos da escuridão total. Por essa razão, seu ato criador começa pela luz. Fiat lux! Deus começou seu ato criador por evitar que a ausência de luz deixasse perdida no esquecimento a sua bela criação.

O que temos hoje é uma real necessidade de apreciar os atos de Deus para nossa existência. Cremos, mas duvidamos. E por isso, não vemos como deveríamos. O convite de Deus é para que deixemos de lado as trevas, densas e espessas, e nos afinemos em sua luz, sua transparência, sua direção. Que hoje, para cada um de nós, ressoe em nossas almas a mesma expressão, velha para nossa história, atemporal para a história de Deus: Fiat lux: e que a luz de Deus, que é boa e perfeita, faça com que vejamos a beleza do que nos espera mais à frente em nossa jornada.

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